Wednesday, December 01, 2004

Buscando o infinito...

O cérebro humano, binário, tem limitações quando o assunto são as dimensões que nos cercam, onde se desenrola a vida. Três delas são compreensíveis de imediato. Comprimento, área e volume fazem parte de nossas vivências básicas, já a quarta dimensão, o espaço-tempo, foge um pouco das informações captadas pelos sentidos e pela tradição passada oralmente, isto é pela cultura do vulgo, do homem médio, do medíocre, sem haver aqui nenhuma conotação pejorativa. Presos nos afazeres diários, poucos têm tempo de enveredar pelo campo da filosofia, e quando as questões são de ordem cosmológica, que necessita para a compreensão, uma profunda iniciação na Física, então a coisa torna-se mais complexa. O que é o tempo? Essa é uma pergunta de difícil resposta, o físico inglês Stephen Hawking escreveu um belíssimo livro sobre o tema, "Uma breve história do tempo", leitura obrigatória para os estudantes de História da Ciência. O tempo, pela "Física Newtoniana" é absoluto. Dois relógios idênticos, um funcionando no pulso de uma pessoa na Terra e outro, no interior de uma nave deslocando-se com velocidade próxima da luz, marcariam intervalos de tempos iguais. Einstein mostrou que está errado, grandes massas curvam o espaço e atrasam o tempo, quanto maior o campo gravitacional, mais lentamente funcionará um relógio. Se os relógios estivessem nos pulsos de gêmeos idênticos, e se a nave ficasse algumas semanas no espaço, na volta o viajante encontraria o irmão muitos anos mais velho. Ele teria avançado no tempo medido a partir do referencial Terra. Se tivéssemos a capacidade de suportar a intensidade dos campos de forças que há nas imediações dos buracos negros, seriamos literalmente eternos, lá o tempo deixaria de fluir. Gosto de imaginar como isso influiria nas leis da Biologia, o que é perda de tempo, pois para suportar tanta gravidade haveria de ser outra biologia. No entanto, como hoje sei que há, além dessas quatro dimensões que citei, pelo menos mais oito, imagino que teremos que caminhar muito antes de ter uma idéia do que realmente é o Universo e como funciona. Tenho a intuição que está aí tarefa do homem, decifrar a grande charada que lhe foi proposta e que por enquanto ainda está muito longe de ser solucionada. É a única razão pela qual me aborreço com a idéia da morte, sou curioso, gostaria de ver esclarecidas as imensas dúvidas que se apossam de meu espírito à medida que avanço nos estudos. Quanto mais aprendo, mais compreendo que nada sei, amplia-se a sensação do vazio da ignorância. Enquanto viver continuarei lutando pela verdade. O conhecimento total é Deus, estou em busca dele.

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