Monday, November 22, 2004

De dentro do carro!



A chegada ao portinho é cheia de surpresas, depois de uma estrada costeira curta e maravilhosa, entra-se numa espécie de tunel natural e de repente abre-se esta vista. Venha visitar Ubatuba, vale à pena!

Sunday, November 21, 2004

The best!

Besteira da grossa essa de ficar elegendo o melhor da história, em qualquer área da atividade humana. Falta do que fazer. Um desses júris do absurdo resolveu que a melhor música de todos os tempos é de Bob Dylan, escrita e gravada em 1965, "Like a Rolling Stone". Quem decidiu foi a revista "Rolling Stone". Notaram a semelhança, nepotismo puro, igualzinho ao vereador que contrata o cunhado para a assessoria e depois fica dizendo que cunhado não é parente. O que é então? Responda, vamos, queremos saber! Ops, desculpem, me perdi! "I can't get no satisfaction" (1965), do grupo inglês Rolling Stones, ocupa o segundo lugar, seguida de "Imagine" (1971), de John Lennon, escrita em sua carreira solo, já como ex-Beatle. Nada disso corresponde à verdade, todos sabemos que a melhor música de todos os tempos é "Maracangalha" de Dorival Caymmi.

Monday, November 15, 2004

Torta de rins...

Desde que os ingleses abandonaram a idéia de dominar o mundo, ficaram mais simpáticos e quando observados de perto são bastante exóticos. Qual outro povo comeria rins no café da manhã? Rins, bacon, salsichas, feijão doce e chá ou café com creme. Além de muitos ovos! Bom para o colesterol né? Outra delícia inglesa é servida nas redes de lanchonetes populares. “Fish and Chips”, que vem a ser um pedaço - generoso - de peixe empanado e frito, acompanhado de batatas fritas, com tanto óleo que dá para lubrificar a bicicleta. Devia se chamar “motolia”. Mas o peixe é excelente, pode ser haddock, pollack ou cod, que vem a ser um primo irmão do nosso bacalhau, saborosíssimo. Meu amigo Chris, que é inglês e, portanto exótico, como são os súditos da Rainha, vai passar o natal na velha Albion. Encomendei uma torta de rins para comermos com cerveja quente. “Steack and kidney pie”. Uma verdadeira delícia!

Sunday, November 14, 2004

"Yellow cake"

Aconteceu nos anos da década de 1980, não sei precisar exatamente qual, mas certamente foi antes de 1985. Numa manhã, muito cedo, acordei com batidas severas na janela da sala, que dava para o exterior. Eu morava num sobrado de vila, um oásis de tranqüilidade na loucura de São Paulo. Desci e tive uma surpresa, era um amigo recente. Na verdade tínhamos pouca intimidade, ele estivera em casa uma vez, aliás, foi quando nos conhecemos pessoalmente, embora eu já o conhecesse de nome. Naquela ocasião ele chegou na companhia de um amigo, depois disso eu e minha mulher fomos à casa dele uma vez. O visitante matutino era o jornalista Hamilton Almeida Filho que os mais íntimos chamavam de HAF, iniciais do nome que acabaram virando apelido. Abri a porta, com cara de sono e pedi que entrasse. Ele olhou atentamente para a entrada da vila, entrou, sentou-se depois de colocar uma pasta repleta de papéis na mesa de centro e disse querendo tirar um pouco do inusitado da situação: - Passei para tomar um café, dizem que nesta casa toma-se um dos melhores cafés da cidade, estou aqui para conferir. Dito isto caminhou até a janela e olhou através da persiana, como que verificando a segurança do lugar. Fui para a cozinha colocar água no fogo e depois até o banheiro fazer a natural drenagem matinal. Depois do café, percebi estar sem cigarros, ele fumava também, mas tinha apenas dois cigarros no maço. Pedi que ficasse esperando, eu iria até a padaria comprar. Ele pediu para que eu trouxesse um maço de Hollywood, eu fumava Charm. Na padaria, no quiosque dos cigarros, notei que era observado com atenção, policiais sempre são fáceis de identificar, na porta da padaria outros três estavam num Monza estacionado. Por precaução comprei dois maços de Charm, seis pãezinhos e duzentos gramas de queijo prato. Quando retornei para casa notei que havia na entrada da vila outro carro suspeito estacionado, com quatro caras que se não fossem tiras estavam perdendo tempo, tinham todos os cacoetes. Acendeu-se a luz de alarme em minha cabeça. Por precaução, ao chegar em casa levantei a persiana da janela, assim quem entrasse na vila poderia ver o que acontecia na minha casa, mas pelas condições de luz, muito mais intensa fora do que dentro, eu veria antes, além do quê, para saber o que de fato estava acontecendo a pessoa teria de se aproximar da janela e isso quase nunca acontecia, pois o carro ficava estacionado de tal forma que era mais fácil chegar pelo lado da porta. Hamilton já tinha percebido que eu tinha notado alguma coisa fora do comum e resolveu abrir o jogo. Jornalista do tipo investigativo, tinha feito carreira desde muito jovem, foi uma espécie de menino prodígio das redações. Com poucas conversas dava para notar que se tratava de alguém muito inteligente e perspicaz, além de ser um espírito inquieto, sempre em busca de alguma coisa nova. Infelizmente morreu cedo, ainda na fase de grande produtividade. No final da década de 70, o jornalista Alexandre Baumgarten desapareceu depois de ser visto saindo para uma pescaria. Dias depois seu corpo foi encontrado. Ele fora baleado. Dono da revista "O Cruzeiro" e ligado ao esquema do general Medeiros que pleiteava a presidência, tinha acumulado inimigos de alto calibre. O acusado pela morte era o general Newton Cruz, chefe do SNI e membro seleto da corte de Figueiredo, então presidente da República. Hamilton que estava formalmente desempregado, resolveu fazer uma investigação sobre os fatos e depois vender a matéria para algum órgão de imprensa. Durante semanas investigou e como conseqüência acabou investigado. Ele havia descoberto alguma coisa que os poderosos de então não queriam que viesse à tona. Na noite anterior saiu de casa, tomou um táxi para o centro, entrou num hotel da Boca do Luxo e passou a noite escrevendo. De manhã tomou outro táxi, deixou a máquina de escrever em casa e notou que estava sendo seguido. Na avenida Santo Amaro os perseguidores foram apanhados num sinal que fechou abruptamente. Ele teve tempo de ir até a minha casa que era próxima. Os tiras sabiam que ele estava por perto, não sabiam onde. Quando saí da padaria, logo após comprar cigarros, eles perguntaram ao dono quem eu era e o que fazia. Ele me contou dias depois, não desconfiava que eu fosse jornalista, ainda bem. Enfim, Hamilton estava esperando a manhã terminar para entregar o material nas mãos do Mino Carta, na revista Isto É. Depois de entregue estaria livre de constrangimentos, os militares sabiam que não haveria perdão se fizessem outra besteira no estilo Wlado Herzog. Dessa forma, entre um cigarro e outro, tomamos um bule de café e passamos a manhã conversando, até que saí para buscar o jornal e percebi que estava tudo limpo. Ainda assim Hamilton foi no meu carro, abaixado, até a praça Panamericana, onde tomou um táxi e desapareceu. O material que ele escreveu tinha o título de "Yellow Cake", e era uma confusão danada que não consegui entender direito, aliás, ninguém entendeu, apenas deu para saber que houve um assassinato nunca devidamente esclarecido. Tornei a encontrar o Hamilton duas ou três vezes, antes que ele falecesse. Sempre penso o que teria acontecido se eu tivesse pedido um maço de Charm e outro de Hollywood. Será que os tiras sabiam que ele fumava Hollywood? Estaria eu agora escrevendo estas linhas ou teria desaparecido? Nunca saberei.

Saturday, November 13, 2004

Adão estragou tudo!

Um fato é inexorável, precisamos ganhar a vida. Isso me faz amaldiçoar Adão todas as manhãs, quando estico o braço para desligar o despertador. “Vá, estás expulso do paraíso. De agora em diante ganharás o pão com o suor do teu rosto”. Foi este o sentido da frase divina, as palavras provavelmente foram outras, mesmo porque foi dito em hebraico (ou teria sido aramaico?). Desde esse fatídico e longínquo dia temos de trabalhar, passou a ser a sina dos humanos. Não imagino como deve ter sido viver no paraíso antes da expulsão, a única pessoa que poderia dar um depoimento sobre isso infelizmente já morreu. Sem precisar trabalhar, sem pagar impostos, sem filas do SUS e sem borrachudos, a vida deve ter sido boa. Quantos anos Adão viveu no bem-bom, e que idade tinha quando foi expulso? Adão não tinha profissão, era mauricinho, recebeu tudo do Pai, nunca precisou fazer esforço. Deve ter sido difícil a adaptação aos mercados competitivos da época. Sempre é bom lembrar que os judeus são bons de negócios e na época só havia judeus, inclusive Deus que também é judeu, bem como seu filho e seu alter-ego, uma pomba branca, também ela judia. Duro mesmo deve ter sido ouvir as reclamações de Eva, que sempre queria folhas de parreira novas, a última moda. Custavam uma fortuna! Se fosse possível voltar atrás, teria sido melhor Adão não ter comido do fruto proibido. Estaríamos todos vivendo num gigantesco Planalto Central, desfrutando de tantas mordomias que iríamos parecer senadores da República do Brasil.

Friday, November 05, 2004

Estou chegando!

Olá pessoal! Estou chegando da cidade de Ubatuba para informar o que vai pelas praias do litoral brasileiro. Estarei colocando no ar as fotos de um dos recantos mais bonitos do mundo. Aguardem!